12 de dez. de 2010

Textinho!







Na minha revista da Capricho, achei um texto(na última página) muitoooo fofo! Olha:
EM JANEIRO DESTE ANO, um amigo me ligou para zoar porque eu ia fazer 30 anos. Detalhe: faço aniversário em outubro. Outro detalhe:  esse amigo já tinha feito 30. Enfim, papo vem, papo vai, e ele, que se preucupa muito com a idade, como você já deve ter percebido, começou a falar que, no fundo, achava que estava muito melhor hoje do que aos 16(essa comparação é recorrente entre quem vai fazendo aniversário ao longo da vida, já vou te avisando). Concordei: também acho que estou melhor. Mas não em tudo. Tem umas coisas que minha versão de 16 anos dominava e que eu precisei fazer um esforço para não desaprender. Uma dessas coisas é: não viver como um robozinho.
Lá pelos meus 16, 17 anos, eu tinha muita facilidade para ficar á toa. Não me leve a mal: eram mil tarefas no colégio para fazer e até que eu era bem estudiosa. Mas quando meus afazeres terminavam, lá pelas 4 da tarde, eu tinha um talento íncrivel para não fazer nada. Ligava a TV, folheava a revista, lia algum livro, fazia brigadeiro de panela, conversava com as minhas amigas pelo telefone, etc. Nessas horas, era como se nenhuma preocupação existisse. Eu não estava nem aí para o futuro, tanto o dos anos seguintes quanto o da segunda-feira e sua terrível prova de matemática. Já havia estudado e agora estava me simplesmente me divertindo.
Bom fui crescendo e aprendendo a dar uma função ás coisas. Alguém espalho por aí que, na idade adulta, as tarefas têm que ter um objetivo. O foco não está só na hora  do trabalho ou do estudo, mas em qualquer hora do dia! Não basta comer: tenho que levar em conta o valor nutricional do que vou ingerir. Não basta passear: tenho que estar dentro do circuito cultural  da minha cidade. Não basta brincar com o irmãozinho: é preciso verificar se ele está aprendendo com seu brinquedo pedagógico. Não basta curtir os momentos com seu amor: tenho que trabalhar a relação. Não basta ficar jogada no sofá, lendo um romance e tomando uma Coca-cola: melhor escolher um livro em inglês para treinar a língua. E a Coca tem que ser zero, por favor. Argh!
Não sei como, mas fui caindo nesse papo. Uns cinco anos atrás, eu tinha muito mais dificuldade para relaxar do que aos 16. Era como se eu precisasse de dar a cada instante da minha vida uma meta. Como se o prazer fosse inútil, sabe? Mas isto é que é o legal no prazer pelo prazer: ele é inútil. Quer dizer: ele é muito útil: vivo lendo artigos que afirma que relaxar descansa a mente, melhora o aprendizado, eleva o grau de felicidade...
Opa! Medir a felicidade em graus? Melhor parar por aqui. O prazer pode ter mil ultilidades, mas não quero pensar em nenhuma delas quando estou me divertindo. Porque o legal de se divertir é isso: não se preucupar  com nada, só aproveitar. Deixar que o tempo passe tranquilamente, sem querer agarrá-lo e prendê-lo na tal da produtividade. Eu sabia disso quando tinha 16 anos. Eu sabia que não faz sentido vivermos como robôs simplesmente porque, dã, não somo robôs. Quem diria que eu precisaria aprender de novo algo que era tão óbvio para mim? Não só eu, como meu amigo, que, aliás, acabou de fazer 31 anos.

Maneiro não? Eu ameeei este texto! E aqui em cima o link, então vocês podem entrar e ver mais texto.

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